Vozes da guerra I
Lembro-me
do pavor por toda à parte tombado em combate os pés despidos, dispostos prontos para a partida. Os braços a postos transportando meu corpo partindo sem porto... sem despedida... Lembro-me da sepultura, de lapidar brancura do meu peito baleado duplamente despedaçado da imprudente bravura impiedosamente abatida por uma bala perdida apenas uma bala. Lembro-me de vagar por um tempo sem pão, sem provento No desespero que a solidão espalha percebi que para mim acabara a batalha. Procurei libertar-me do peso nos ombros, procurei dispensar-me de buscar nos escombros pelos sobreviventes. Ainda um sopro me basta com ele sobrevivo com ele prossigo. Não peço respostas neste bosque sem portas peço um abrigo um pouco de paz e bondade capaz de permitir-me experimentar a liberdade.
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 28/05/2009
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