Na espreita

Ausente na escuridão da noite
esconde-se para não ser vista
para não ser encarada em vida.

De dia, acompanha meu passo
sob a luz solar.
Não posso evitar
sua testemunha presença.
Silenciosa, não pensa.
Tudo suporta, a água, o fogo
pode estar oculta
porem não morta.

Pronta para reaparecer
desperta ao amanhecer
e reage a cada gesto meu
sem sofrer, sem correr
confunde-se na paisagem.

Ao Sol do meio dia, de passagem
recolhe-se para dentro de mim
Como num reabastecer
recupera seu fôlego
e espera pela tarde
para seguir seu jogo de esconde
para seguir seu caminho.

E quando um dia
eu deixar este plano
devolverei sem engano
este corpo à mãe natureza
e seguirei para o astral do planeta.

E você minha sombra amiga
deixará de ter a vida
que aliás nunca teve...