A outra margem do rio
Vou por caminhos sem esquinas descobrindo vales e colinas, numa busca ainda que tardia, onde nem sempre é dia. Vou além do meu corpo, além do meu quarto, além do que encontro, além do que trato. Vou por lugares tristes, de rostos esquecidos implorando por comida. Vou por lugares felizes de rostos tranqüilos festejando a vida. Vou além da dor, além do pranto, além do amor, além do espanto. Vou onde as histórias são seculares, resistentes ao tempo, onde os gestos e os olhares são como doce alento. Vou e deste lado da margem meus pés vão tocando a infinita estrada. Em uma única viagem, em uma única madrugada, desde os campos de fome aos céus de beleza sem nome. Céus, de tanta grandeza, de tanta luz, de tanta paz. E quando o relógio do corpo me acorda vou voltando para este lado do rio não tem dia, nem noite, nem hora. Vou para o meu maior desafio. Levo no olhar a tristeza pela dor que se viu e a certeza da esperança que o amor construiu Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 28/12/2010
Alterado em 15/06/2017 Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |