Claudio de Lima

"Passo e fico, como o Universo" O Guardador de Rebanhos - Fernando Pessoa

Textos


Estrangeiro

A cidade sem rosto
oposto de casa
Que avança sobre a mata
sem plano, sem data
de homem que mata por nada
que escolhe a caça e devora a vida
manchando de sangue
a praça e a avenida

A cidade sem rosto
oposto de bela
Sem olhos de ver por ela
a pobreza das ruas
A poeira das suas sujas esquinas
Nuas de esperança, perdida na dança
de poderosas latrinas

A cidade sem rosto
oposto de lugar
Para quem achar
que vai encontrar prazer
De tudo que há para ver
o que sobra ao anoitecer
é a solidão de um quarto
um canal a cabo e a reprise
de um velho filme

A cidade sem rosto
para ver e esquecer
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 28/01/2014
Alterado em 02/11/2015
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