Refugiado
Estou indo embora Embora sem querer partir Sem porvir, vou Embora sem saber para onde ir Sem escolhas Esperanças são como folhas ao vento Em um momento podemos toca-las e em outro a violência as leva para longe de casa Nada levo comigo Não dá pra discutir com o inimigo Que invade minha aldeia Minha casa Meu país Minha vida Que me odeia, que mata Que bota o dedo no meu nariz E me coloca pra fora Vou embora e nada levo comigo Além dos pés feridos Além das dores da alma dos corredores de corpos deixados no chão Das poucas migalhas de pão que passam de mão em mão e se confundem com as areias do deserto Tão longe da vida Tão perto da morte Vou, sob sol forte Sem demora Pra onde a intuição me levar Vou antes da noite chegar Vou, na direção do mar Vou até onde o barco da vida aportar Se mar houver há de me acolher Vou ... Sem nada a perder Sem nada mais a temer Vou ... Em busca do sonho de ser livre Sonho de um livre ser Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 21/07/2015
Alterado em 30/08/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |