Claudio de Lima

"Passo e fico, como o Universo" O Guardador de Rebanhos - Fernando Pessoa

Textos


Comunicação Mediúnica I

Tudo ficou distante
Quem sou?
Minha vida?
Quando as pessoas chegam
é como se acendesse uma luz
Eu as vejo
mas não as reconheço
algumas choram muito
Lembro-me do impacto na minha cabeça
Da queda
Dos gritos
De ter saído de mim
De ter ficado um tempo fora
e voltado diferente
ainda não totalmente
Na maior parte do tempo
estou imerso na escuridão
Como se fosse um sono sem fim
mas não o é, sei que não
Não enxergo meu corpo
Eu mesmo quase não o sinto
Parece que o tempo parou lá fora
Como se eu existisse só para mim
Passei horas ou dias neste estado
Não sei ao certo quanto tempo
Pensando em nomes
O único nome que surgiu na minha mente: Carlos
Seria meu nome?
Não sei, não sei
Não sei, é a resposta mais comum
às minhas indagações
Nada ouço
Tudo que passa diante de mim
são cenas rápidas, sem cor
As vezes sinto tocarem minhas mãos
Não vejo os rostos
Sinto apenas suas mãos
Algumas grandes
Algumas pequenas
Outras quentes
Outras úmidas e tremulas
Nada vejo, nada ouço nesses momentos
Apenas as sinto tocando as minhas mãos
as vezes tocando meu rosto
Sinto que estão ali, bem diante de mim
No máximo vejo cores e luzes e isso me faz bem
Sinto que algo está por acontecer
Intuo que seja bom
Com o passar do tempo
não saberia dizer o quanto
Aprendi a confiar e esperar
Apenas quero que saibam
Que estou vivo
E que em algum dia desses
vou acordar...

25 JAN 2016 07:45H SÃO PAULO - SP
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 25/01/2016
Alterado em 25/01/2016


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