Conexão
Virei a esquina e a paisagem mudou tão profundamente como se estivesse em outro planeta Prometa que manterá a conexão Enquanto busco no chão marcas de alguém que já tenha caminhado por aqui Nada há que tenha vida nem cobra, nem árvore mas não se arvore a pensar que enlouqueci Essa viagem acontece aqui bem embaixo do meu nariz Eu não a quis Ela apenas surgiu diante dos meus olhos Todas as cores foram reduzidas a três, apenas três Cinza céu, vermelho chão, além da cor da minha pele Por vezes um clarão como uma flash fotográfico seguido de um estrondo Trágico desconforto pondo pressa em meus passos mas pra quê? O relógio do tempo parou de bater dentro de minha cabeça Tudo que pareça ser real apenas o é nesse contexto E por vezes rio a esmo Como passageiro da minha própria loucura A procura de mim mesmo sigo, antes que adoeça minha alma e meu corpo Prometa que manterá a conexão Visto de tão longe devo parecer um inseto Movendo-se incerto, num cenário kafkiano As referencias foram perdidas ou alteradas o bastante para que me sinta caminhante do nada de um deserto sem vida e sem nome Tome nota da minha coordenada Não sei mais quanto tempo tenho A fome já me domina Me pergunto se haverá noite? Se haverá água? Se haverá comida? Me pergunto que mundo é esse? Que mais parece o rodapé do vazio Por onde passeio e por onde me refugio da minha própria solidão Prometa que manterá a conexão Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 17/07/2016
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