Rios da alma
Dei uma espiada pela janela o dia amanhecia estranho sem cor e sem as luzes da manhã Como se as aves se ocultassem nas árvores A brisa fria da noite ainda corria pelo jardim e o cheiro de mato molhado invadia o quarto e o olfato Como se o relógio do tempo estivesse parado apenas a olhar-me O único sinal de vida era um cachorro latindo ao longe quebrando um silencio de monge espantando a madrugada Não havia nada além da vontade de voltar a dormir O amanhecer teima em esconder os segredos das horas que ainda não aconteceram Adormeci pensando nos lugares que ainda não vi No chão que ainda não pisei Nos rios que brotam da terra que desenham seu curso por dentro da serra conversando com as pedras conversando com as matas e que tendo céu por abrigo conversam também comigo Serra de Penedo - RJ Maio/2017 Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 11/06/2017
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