NOTICIAS DA PANDEMIA I / De Portugal para o Brasil
Pela janela, os dias parecem iguais ruas quase vazias manhãs cinzentas e frias pessoas mudas, normais Pode-se ouvir o silêncio das portas fechadas das sacadas sem vida da cidade cada vez mais recolhida Tudo convida a fazer um balanço entre o que sai e o que fica E ver o avanço da pandemia Na sala até academia Na agenda da quarentena só o que vale a pena: tarte de coco, café e a tela fria do computador Embora a primavera tenha vestido de verde parques e jardins por hora as notícias ainda ruins chegam de toda parte E quando o coração arde em saudade o celular nos salva remédio fácil e acessível para espantar o tédio e se possível espancar a preguiça Não tem adversário Nem missa Não tem aniversário Nem presente Mas tem dor de dente e noite mal dormida Sair da porta pra fora Só se for farmácia ou mercado E quieto para não ficar marcado pela polícia e virar noticia Não dá nem pra fugir Por aqui ninguém duvida que o que está em jogo é a sobrevivência Mas por aí Só precisa convencer o louco do presidente que a gripezinha mata muita gente Pura perda de tempo Pior que um jumento Por sinal o pobre do animal não merece a comparação Afinal ele que não pensa por isto não merece tal ofensa A Covid 19 promete Acabar no Verão Será? Até lá, longa espera e quem viver verá Mas é bom não dar bobeira e fazer a coisa certa se não a brincadeira pode acabar na sexta-feira ... Setúbal / Abril 2020 Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 07/04/2020
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