O POETA E O RIO
A poesia é como um rio a passar pelas nossas vidas ...
Quando ainda na minha juventude percebi a poesia ao meu lado vivia calado sentimento guardado procurava meu lugar no mundo
Meu primeiro mergulho em suas águas foi como um sonho como um espelho a revelar minhas magoas E cada palavra que brotava de seu leito aliviava meu peito
Por um tempo caminhei ao seu lado até perder-me na multidão e na solidão dos dias encontrando meu lugar debaixo do sol
Distante de suas corredeiras de seus remansos Foram tantos pesadelos e sonhos por noites inteiras
E depois de muito viver de andar por tantos lugares a reencontrei como quem reencontra o mesmo rio, modificado como o próprio caminheiro Como uma janela que se abriu primeiro em meu coração e depois diante dos meus olhos em uma dimensão e profundidade nunca vistas
O poeta no entardecer dos anos reencontrou o rio de poesia como um grande fluxo de vida de águas claras correndo mansas e suaves para um grande mar de infinitas possibilidades
E a mais extraordinária das descobertas foi a de que apesar de perder-me dela ela jamais deixou-se perder-se de mim...
Cláudio Lima
“...foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar.”
Paulinho da Viola Da música: Foi um rio que passou em minha vida
“Quem é que pode parar os caminhos? E os rios cantando e correndo? E as folhas ao vento? E os ninhos? E a poesia? A poesia como um seio nascendo...”
Autor: Mario Quintana Poeta, tradutor e jornalista brasileiro (1.906 – 1.994)
Foto: Anoitecendo no Rio Paraíba - Encontro com o mar no Dique de Cabedelo - PB Set/2022
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 09/09/2022
Alterado em 11/09/2022 Copyright © 2022. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |