A CHUVA, A ENCHENTE E O RIO
“Depois da tempestade vem a enchente” Autor anônimo
Sigo com a chuva pela rua abaixo Acho que vou parar nas entranhas da cidade
As pessoas correm os carros fogem em velocidade O degrau sob a marquise virou ilha, virou reprise do verão passado
Ali não nado me refugio na esquina que virou sina que virou curva de rio
A chuva caiu de repente sem tempo pra recado A enchente pegou todo o tipo de gente Quem sai do mercado quem desce do ônibus quem já vive precariamente embaixo do viaduto
A chuva não avisa quem já perdeu quase tudo arrastado pela correnteza da vida
Tudo passa diante do meu olhar tênis, saco de lixo, papelão sofá, televisão, lembranças e a esperança que se esgota pelo esgoto ao meio fio desplugada
Enquanto a noite desce indiferente e calada nada acontece até que o rio sobe a calçada
Então eu rio da minha situação não me desespero enquanto espero com calma a enchente inundar os subterrâneos da minha alma...
Claudio lima
“A adiada enchente”
Velho, não entardecido, talvez antigo, sim
Me tornei antigo Porque a vida tantas vezes se demorou e eu esperei como um rio que aguarda a cheia
Gravidez de fúrias e cegueiras os bichos perdendo o pé eu perdendo as palavras
Simples espera daquilo que não se conhece e, quando se conhece não se sabe o nome
Mia Couto Antônio Emilio Leite Couto, é escritor e biólogo moçambicano Nascido em Beira, Moçambique em 1955
“Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar ...”
Paulinho da Viola Paulo Cesar Batista de Faria, é violonista, cavaquinista, bandolinista, cantor e compositor de samba e choro brasileiro. É um dos baluartes da Escola de Samba Portela. Nascido em 1942 no Rio de Janeiro
Claudio Lima
Enviado por Claudio Lima em 13/08/2023
Alterado em 13/08/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |